20 janeiro, 2021
30 abril
22/03/2021
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O segredo de Flor Meléndez e sua paixão pelo esporte

PANAMA (Panama) - No dia 12 de janeiro de 1947, em Cidra, Porto Rico, nasceu um dos personagens mais representativos do basquete latino-americano. Flor Meléndez foi jogador, mas depois se tornou treinador e começou a deixar seu selo por todo o mundo. Hoje, aos 74 anos, não perde sua paixão por liderar, nem mesmo depois de ter superado o Covid, e é o treinador do Caballos de Coclé.

Esta oportunidade lhe chegou em um momento muito especial, apenas alguns dias depois de também voltar ao selecionado panamenho, mas além disso, estreando com uma vitória na segunda janela da BCL Americas: 80-79 em um jogo muito equilibrado contra o Titanes de Barranquilla (depois perdeu 74-72 contra o Real Estelí). Precisamente, o Caballos integra o Grupo A da competição com recorde de 2-2 e na terceira janela buscará a classificação para os playoffs.

"Acho que o segredo é a preparação que se tem, tentar acompanhar o basquete. Faço as coisas com muita responsabilidade, tanto pessoalmente quanto no trabalho. Gosto de trabalhar muito onde vou e sempre digo que não gosto do basquete pelo que fiz, e sim pelo que estou mudando. O grande segredo é trabalhar e quero que os jogadores me sigam nesse caminho", contou Flor Meléndez em entrevista exclusiva com a BCL Americas.

 

Aos 74 anos comanda à seleção panamenha, ao Caballos de Coclé e até brinca sobre sua aposentadoria: "Esta oportunidade me veio num momento relaxado de minha vida, passei por uma doença que me golpeou muito como o Covid, mas sempre digo que penso em me aposentar aos 99 anos, heh. Até que veja que sirvo os mais jovens, continuarei trabalhando, essa era a ambição de meu pai. Em Porto Rico apresentei projetos que não foram aceitos, mas sim o fizeram no Panamá e por isso tenho ânimo para seguir. Meu pai me ensinou que há dois momentos que se desfrutam depois da aposentadoria, que são tomar um cafezinho e ler o jornal, mas hoje prefiro seguir trabalhando. Agora sei levar as coisas melhor, talvez não seja um treinador tão agressivo, estou mais tranquilo. Todas as noites rezo muito e peço a Deus que me ajude".

Meléndez tem uma grande trajetória como treinador comandando as seleções de Porto Rico, Panamá, Argentina, e fazendo-o em equipes desses três países, na Espanha, Brasil, Venezuela, com títulos sul-americanos, medalhas panamericanas, A Copa Intercontinental com o Obras Sanitarias e uma Liga Sul-Americana em Vasco da Gama.

Meléndez teve uma grande estréia no time do Caballos, com a vitória contra o Titanes, e na seleção do Panamá, com a vitória 77-71 que o classificou para a AmeriCup 2022. Como Flor vê este processo do basquete panamenho? "Com o problema que eu encontrei é que a seleção e Caballos têm pouca juventude. Já falámos com os responsáveis para fazer um programa de jovens jogadores para o qual deveria existir uma liga até 25 anos. Se não há torneios, não há atividade, e o jogador é feito jogando. O esporte é uma coisa maravilhosa, me deu vida, a minha família, a possibilidade de conhecer o mundo. Quero estar sempre ajudando os jovens a realizar seus sonhos, que os torcedores apoiem esse projeto".

A BCL Americas segue para o Caballos com a terceira janela nesta semana. Flor Meléndez deu sua visão sobre a competição: "É uma boa idéia para o basquete da América, ter uma liga que no final o campeão enfrenta um time europeu. O Grupo A tem equipes que são fortes, que se reforçaram bem".

FIBA